Eu acordo e pego o celular antes mesmo de sentir o chão sob os pés.
Não porque quero, mas porque sempre fiz assim.
Eu rio de piadas que não acho graça. Aceito convites que não quero aceitar.
Digo “sim” quando minha alma grita “não”.
Por quê?
Porque aprendi que ser aceito é mais importante do que ser autêntico.
Eu como quando não estou com fome.
Falo quando deveria calar.
Calo quando deveria falar.
E sigo, repetindo os mesmos gestos, como se fossem meus…
Mas são?
Será que sou eu que escolho ou apenas sigo um roteiro que nem lembro quem escreveu?
Aprendi a engolir o choro, a ser forte mesmo quando tudo dentro de mim desmorona.
A vestir sorrisos como armaduras e seguir em frente…
Mas para onde?
Eu me afasto das pessoas que amo sem perceber.
Trato mal quem não tem culpa.
Seguro um celular por horas, mas digo que não tenho tempo para viver.
E quando a noite chega, me pergunto:
Quantas dessas escolhas foram realmente minhas?
Quantas dessas ações foram feitas porque eu quis… ou porque eu apenas não soube fazer diferente?
O que mais faço sem querer?
O que mais repito sem pensar?
E, principalmente… até quando?Talvez seja hora de questionar, de quebrar os ciclos, de fazer diferente.
Porque, no fim das contas… a vida não espera a gente despertar.